O tabaco é constituído por mais de 4000 substâncias, algumas com efeitos tóxicos e irritantes, outras com efeito cancerígeno e de dependência tornando-se assim uma das principais causas de morte e doença evitável.
É do conhecimento geral que o tabagismo acarreta sérios problemas para a saúde geral a médio e longo prazo, como dificuldade respiratória, cancro do pulmão e outras doenças respiratórias. A saúde oral não é exceção, e é também bastante afetada pelo consumo de tabaco.
Com este artigo, queremos alertar para os riscos do tabaco e o seu impacto na saúde oral.
MAU HÁLITO
Uma das consequências mais comuns e imediatas do tabaco na saúde oral é o facto de gerar um hálito desagradável, devido aos seus componentes nocivos. Além do mau odor, o fumo causa também a secura e irritação da mucosa oral e das vias respiratórias.
PIGMENTAÇÃO DENTÁRIA
A nicotina e o alcatrão, substâncias que se depositam na superfície dentária e que, por vezes, chegam a penetrar nos túbulos dentinários, são os responsáveis por tornar o esmalte dos dentes dos fumadores mais escurecidos e amarelados.
DOENÇA PERIODONTAL
Devido à sua interferência no sistema imunológico, o tabaco dificulta o combate às bactérias que causam as doenças periodontais. Assim, a circulação sanguínea na boca e a cicatrização das gengivas torna-se reduzida, podendo expor as raízes dos dentes e levar à sua perda.
ALTERAÇÕES DO PALADAR E OLFACTO
A ação do tabaco limita a percepção de sabores e odores, especialmente os salgados. A perda de sensibilidade é também uma consequência frequente do tabagismo.
ALTERAÇÕES NA CICATRIZAÇÃO E REDUÇÃO DA TAXA DE SUCESSO DE TRATAMENTO DENTÁRIOS
O tabaco reduz significativamente a taxa de sucesso de implantes dentários e outros tratamentos, assim como retarda a cicatrização das feridas, reduz o fluxo sanguíneo e aumenta as inflamações.
MAIOR INCIDÊNCIA DE CÁRIES
É também na população fumadora que se verifica um maior número de cáries nas raízes dos dentes, uma vez que o tabaco provoca a perda do suporte do dente e expõe a sua raiz.
CANCRO ORAL
Os médicos especialistas sugerem que em cerca de 70% dos casos de cancro da boca, existe uma associação ao tabaco e ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Este tipo de cancro, o sexto mais frequente em todo o mundo, apresenta uma baixa taxa de sobrevivência, que ronda os 40% nos doentes afetados.
O consumo de tabaco está também associado ao aparecimento de outras lesões orais, nomeadamente:
– Lesões potencialmente malignas (leucoplasia, eritroplasia);
– Queratose tabágica;
– Estomatite nicotínica;
– Melanose do fumador na gengiva e mucosa jugal (bochecha);
– Língua pilosa;
– Aftose.
Como diminuir os efeitos do tabaco na saúde oral?
Sendo o fumo e os compostos do tabaco extremamente nocivos para os tecidos da cavidade oral, é de grande importância que os fumadores tenham uma higiene oral bastante cuidada, escovando os dentes e a língua com maior frequência, uma vez que ajuda na eliminação de uma maior quantidade de resíduos.
É também fundamental que haja uma ingestão regular de alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e legumes, de forma a reduzir os efeitos adversos.
No entanto, deixar de fumar ou reduzir a quantidade de cigarros é a solução mais viável e saudável para reduzir os riscos associados a estes problemas.
Assim, para alcançar esse objetivo é importante ter um plano estratégico e uma rede de apoio.
O médico dentista/higienista oral pode ter também um papel importante, aconselhando sobre as medidas a ter para melhorar a higiene oral, bem como sobre os produtos que podem ajudar a acabar com este vício. Ter em mente o impacto do tabaco na sua saúde oral pode ser igualmente um grande motivador.