Imagine que tem um sorriso do qual gosta e que por alguma circunstância imprevista, como uma queda ou acidente, acaba por perder um dente na zona visível do seu sorriso. Noutra circunstância, a perda de dentes também está (muitas vezes) associada à própria genética e, lamentavelmente, a cuidados de higiene oral insuficientes.
Infelizmente, estas situações são muito mais comuns do que imaginamos. Segundo dados da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), apenas 31% dos portugueses têm dentição completa e quase 10% têm falta de todos os dentes. Para além disto, é importante sublinhar que 48.6% dos portugueses com falta de dentes naturais não têm dentes de substituição.
Esta é uma situação um pouco preocupante. Pensar que a falta de um dente não trará outros problemas é um erro. Muitas pessoas tendem a pensar nos dentes como unidades individuais, mas a nossa dentição funciona como um todo. A substituição de dentes ausentes por implantes unitários é fundamental para a preservação de um sorriso harmonioso e saudável.
Esta solução, para além de segura e duradoura, traz uma série de benefícios para o paciente:
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Previne a reabsorção óssea, a perda de osso é uma consequência da ausência do estímulo causado pela mastigação. A colocação do implante evita que isto aconteça porque o mesmo é integrado diretamente no osso maxilar, substituindo a raiz do dente ausente.
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Sensação e funcionalidade mais naturais a longo prazo, com uma estética muito semelhante à dos dentes naturais.
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Previne a mobilidade dos dentes adjacentes, que vão começar a mover-se para o espaço vazio, afetando negativamente a mordida e mastigação. A isto chamamos de má oclusão, o que prejudica os músculos e articulações ao redor, provocando desconforto, dores de cabeça, aumento do risco de cárie e doenças gengivais. Um implante dentário irá impedir que os dentes se movam para o espaço vazio, fornecendo uma estrutura sólida, mantendo a mordida correta e reduzindo a carga sobre os restantes dentes.
A implantologia na Medicina Dentária evoluiu muito até aos dias de hoje, aumentando as exigências dos médicos e as expectativas dos pacientes para alcançar resultados mais rápidos e esteticamente muito mais satisfatórios. A estética representa um fator muito importante neste tipo de tratamentos, as novas tecnologias e materiais utilizados tornaram possível restaurar sorrisos com aparência muito natural e sem comprometer a função da nossa boca.
Os materiais dos implantes dentários;
Os implantes dentários podem ser produzidos em Titânio ou em zircónia. Ambos são materiais biocompatíveis, osteointegrantes e com altas taxas de aceitação do corpo.
O titânio é utilizado na indústria médica há décadas. Um metal forte, leve, não tóxico e resistente à corrosão. Contudo, os implantes de zircónia, apesar de mais recentes no campo da medicina dentária, são uma cerâmica que apresenta uma cor branca, próxima ao tom natural do dente, tornando-os muito adequados em casos esteticamente mais desafiantes.
Além das características estéticas, estudos comprovam que estes implantes cerâmicos estão sujeitos a uma menor acumulação de placa bacteriana, sem efeitos tóxicos nos tecidos, o que significa que o osso pode crescer e fixar-se em redor do implante de uma forma saudável, sendo bem tolerado pela gengiva. É na estética que a zircónia mais se distingue. O uso de implantes brancos evita este tipo de complicação, indo ao encontro das expectativas dos pacientes que procuram materiais não metálicos, com resultados estéticos altamente satisfatórios.
Nos casos em que se perder um dente na zona visível do seu sorriso. os problemas associados vão muito para além da saúde oral. A vergonha, o embaraço, o medo de sorrir, entre outros constrangimentos, são questões que podem prejudicar em muito o bem-estar e o estado psicológico da pessoa, limitando as suas interações sociais e profissionais. Pela minha experiência, dos muitos pacientes que vou conhecendo e que viveram anos com vergonha do seu sorriso, vários são os casos que culminam em depressões e em estados de tristeza profundos.
Para além da questão emocional, a falta de dentes têm influência direta na nossa alimentação, nutrição e fala. Por isso mesmo, sejam adultos ou jovens, estes tipos de situações devem ser tratadas com a maior brevidade possível, restabelecendo a saúde oral, a função mastigatória e a alegria de sorrir!
“Originalmente escrito em Revista Cristina”
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