A halitose, também designada por “mau odor” ou “mau hálito”, é o termo utilizado em medicina dentária para definir o odor desagradável proveniente da boca.
São muitas as pessoas que sentem que estão com mau hálito e isso pode ter um impacto negativo na qualidade de vida e auto-estima, causando também constrangimentos a nível social.
Mas será que tenho mesmo mau hálito?
O mau hálito pode apresentar-se em três classificações:
- A halitose genuína:
Fisiológica: nestes casos, a origem do mau odor não está relacionada com nenhuma doença ou condição patológica em específico, é apenas um mau hálito matinal que ocorre devido à redução de saliva que acontece enquanto dormirmos mas que pode ser resolvido com uma higiene oral eficaz diária.
Patológica: condição com causa oral ou não oral identificada.
- Pseudo-halitose (5% dos casos de mau hálito):
Nestes casos, o paciente acredita que tem halitose mas na verdade não tem. A solução neste caso passa pela consciencialização de que não existe mau hálito.
- Halitofobia (40% dos casos de mau hálito)
Tal como o nome indica é a fobia, o medo de ter mau hálito, ou seja, é uma ideia compulsiva de sensação de mau odor.
Quais são as causas do mau hálito?
Existem várias causas que justificam o aparecimento de halitose, tais como:
1- Bactérias presentes no dorso da língua que apresenta uma superfície irregular e, por isso, se torna um reservatório para restos alimentares e bactérias;
2- Doença periodontal ativa, existindo uma correlação entre as bactérias presentes na periodontite e na halitose;
3- Cicatrização de feridas operatórias;
4- Dentes sem vitalidade ou lesões de cárie dentária com envolvimento pulpar;
5- Portadores de aparelho fixo;
6- Impactação alimentar e acumulação de placa bacteriana por maus hábitos de higiene oral;
7- Utilização de próteses acrílicas incorretamente higienizadas;
8- Causas não orais como infeções no trato respiratório superior, distúrbios gastrointestinais e desordens metabólicas.
Paralelamente às causas da halitose, existem fatores de risco que o podem tornar mais vulnerável a esta patologia, nomeadamente:
- Fumadores;
- Hábitos dietéticos, por exemplo, ingestão de alimentos condimentados como alho, cebola e especiarias;
- Consumo de álcool;
- Boca seca, sendo que a redução do fluxo salivar favorece uma maior acumulação de restos alimentares e placa bacteriana assim como compromete a função antimicrobiana da saliva.
Como é feito o tratamento no dentista?
A terapia é orientada para a resolução da causa da halitose.
Quando a causa é oral as opções terapêuticas incluem:
- a redução mecânica e/ou química dos nutrientes e microrganismos, isto é, a associação entre escovagem dentária e limpeza do dorso da língua e os bochechos com soluções adequadas, nomeadamente clorohexidina e óleos essenciais coadjuvados pela utilização de pastas com zinco, triclosan ou fluoreto de estanho;
- utilização de produtos “máscara” (sprays e/ou pastilhas que camuflam o mau odor causado pela halitose);
Nos casos em que a causa não é oral, cabe aos profissionais de saúde a referenciação para o médico especialista.